por Jurema Cartwright
para o Noturno Capixaba
É com muito bom humor que a Estudante de Direito Claudia Santos de Aquino, de 35 anos, encontra disposição para enfrentar a crise que assola o país.
Após perder o estágio e ter que trancar a faculdade, ela não se apertou e passou a vender chup-chup e bombons em um semáforo de Jacaraípe da Serra, no Estado do Espírito Santo.
Sempre trajando biquíni, Cláudia conquistou rapidamente uma clientela cativa. Motoristas fazem questão de passar pelo cruzamento onde ela fica para vê-la e comprar seus produtos. Segundo Cláudia, ela consegue faturar cerca de R$100 por dia em poucas horas de trabalho.
Cláudia só não fica mais tempo no sinal porque diversifica suas atividades: faz panfletagem, faz unhas, faz depilação e faz até faxina para complementar a renda mensal.
Ela estava no sétimo período da faculdade quando precisou trancar a faculdade, mas garante que, graças ao chup-chup vai conseguir retomar as aulas em 2016 para se formar em 2017.
“Estou conseguindo pagar aluguel, comida, água e luz, tudo com o dinheiro do chup-chup. Depois que comecei a ralar aqui no semáforo, muitas portas foram se abrindo. Hoje, faço recepção em feiras, eventos promocionais, e não pretendo parar”.
Embora o negócio tenha dado certo, a universitária enfrenta assédio e preconceito: “Já fui ofendida no sinal, infelizmente. Alguns homens já me fizeram propostas indecentes, outros me xingaram com nomes de baixo calão. Mas passo por cima de tudo isso porque sei onde quero chegar. Quando estiver na minha cadeira de delegada, vou rir disso tudo e agradecer as pessoas que me ajudaram”.
Cláudia já trabalhou como recepcionista, secretária, auxiliar administrativo e até como técnica em Segurança do Trabalho. É mãe de dois filhos, um de 18 e outro de 16 anos, que vivem com os avós. Seu sonho é conhecer a Disney com os dois. “Deus abre portas para quem não cruza os braços”, diz ela, confiante que, em breve, irá conseguir.
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