Por Jurema Cartwright
Gostem ou não do cantor romântico mineiro Wando, não dá para negar que ele foi um visionário e um obstinado.
Wando me confidenciou certa vez em uma entrevista em Belo Horizonte que começou a sua monumental coleção de calcinhas -- a maior do mundo, segundo o Guiness World Records -- a partir de um "insight" que teve num palco em Uberaba, quando algumas de suas fãs mais assanhadas começaram a arriar suas calcinhas e atirá-las em direção ao palco.
Naquela noite Wando sonhou com um Museu lindíssimo, com linhas curvas clássicas, projetado por Oscar Niemeyer -- que, assim como ele, sempre foi fascinado pela silhueta feminina.
No dia seguinte, Wando ligou para o escritório do arquiteto no Rio para combinar um encontro. Niemeyer adiantou logo de cara que a brincadeira não sairia em conta. Wando retrucou dizendo que dinheiro não seria problema. Mas foi. Faltou financiamento para o projeto. Daí, os dois ficaram de voltar a conversar sobre o assunto oportunamente, mas isso nunca aconteceu.
No dia seguinte, Wando ligou para o escritório do arquiteto no Rio para combinar um encontro. Niemeyer adiantou logo de cara que a brincadeira não sairia em conta. Wando retrucou dizendo que dinheiro não seria problema. Mas foi. Faltou financiamento para o projeto. Daí, os dois ficaram de voltar a conversar sobre o assunto oportunamente, mas isso nunca aconteceu.
E então, Niemeyer e Wando morreram. E a idéia se perdeu.
Para piorar, a família de Wando não sabia mais o que fazer com uma coleção de calcinhas sem valor algum, que foi herdada pelos filhos do cantor em seu testamento.
Agora, sua filha Gabrielle Burcci, que é designer de moda, decidiu reunir toda a tralha erótica do papai taradão em um museu itinerante num ônibus temático.
São mais de 17 mil calcinhas, além de mil gravatas-borboleta, que o cantor também colecionava, e que estarão expostas para os fãs inconsoláveis do cantor.
São mais de 17 mil calcinhas, além de mil gravatas-borboleta, que o cantor também colecionava, e que estarão expostas para os fãs inconsoláveis do cantor.
Com a renda das visitas ao museu, Gabrielle pretende produzir um documentário sobre seu pai, que já tem até nome:
“Vulgar e Comum É Não Morrer de Amor: A História de um Romântico Brasileiro e Sem-Vergonha”
“Vulgar e Comum É Não Morrer de Amor: A História de um Romântico Brasileiro e Sem-Vergonha”
A itinerância do Museu Wando inicia em 8 de Fevereiro de 2016, data do falecimento do cantor e também o Dia Mundial Sem Calcinha, instituído pela UNESCO em homenagem a esta grande personalidade artística de Cajuri, Minas Gerais.
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