quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Oito previsões ousadas sobre os próximos passos do Google (segundo a Computerworld USA)


Não há dúvida de que o Google é o rei da mídia online. Só em agosto de 2007, abocanhou 57% do market share mundial de ferramentas de busca, com mais de 37 bilhões de consultas, de acordo com a empresa de análise comScore. Sem falar no valor extraordinário de 711 dólares por ação alcançado no dia 5 de novembro. Não é de se estranhar que este domínio tenha gerado rumores intermináveis sobre os próximos passos do Google. Dezenas de blogs alimentam a indústria de boatos diariamente. As especulações sobre as próximas iniciativas do Google abrangem, entre outras, um cabo submarino até a Ásia, o Gphone que está para chegar, novos data centers e o mundo virtual Google.

Só o Google sabe ao certo. Mas os observadores têm seus próprios palpites sobre as próximas manobras da empresa e se arriscam a fazer algumas previsões audaciosas para 2008 e além.

1. Você está assistindo à ABC Google
Para aumentar a receita de publicidade, talvez a empresa faça aquisições envolvendo mídia mais tradicional. “Eles vão se voltar para o rádio e a televisão em algum momento”, diz Rob Enderle, analista-chefe do Enderle Group. E, se isso acontecer, os compradores de mídia vão levar sua verba de publicidade para o Google, em primeiro lugar, para alavancar suas ofertas multimídia. “Ainda não estou convencido de que eles vão comprar uma rede de televisão, mas é uma possibilidade”, acrescenta Enderle, assim como um grupo de estações de rádio, que o Google poderia transformar agressivamente em um modelo de entrega online para aumentar o valor do seu pacote de publicidade. No mínimo, o Google fará parcerias exclusivas com meios de comunicação para proteger seu fluxo de receita. “A meta final, se eles tiverem êxito, é se tornarem maiores e mais poderosos do que a combinação Microsoft, IBM e AT&T em seu apogeu”, diz Enderle. “E eles têm uma estratégia que lhes permite atingir esta meta, seja captar dinheiro de publicidade ou minimizar as contribuições de outras empresas.”

2. Google PC de graça
Em 2008 e além, a maior parte do hardware e dos serviços pelos quais pagamos será disponibilizada pelo Google de graça ou a preços drasticamente reduzidos, segundo Chris Winfield, presidente da 10e20, empresa de marketing de busca global. Telefones celulares, acesso wireless à internet e até laptops serão totalmente suportados por anúncios. “Muita gente ficará feliz em receber um laptop de graça em troca de ver alguns anúncios de vez em quando”, salienta Winfield. O Google já começou a trilhar este caminho. Em março de 2005 comprou o Urchin, software de análise de estatísticas na web, e ofereceu porções dele aos usuários gratuitamente como Google Analytics. Também rebatizou o software de imagem de satélite 3D Keyhole como Google Earth e o forneceu sem custo. “Eles fazem isso para ter mais controle, mais espectadores, mais pessoas usando seus produtos”, diz Winfield. “Com o laptop ou telefone celular seria a mesma coisa.”

3. Veja o lado mais soft do Google
Que maneira melhor de promover uma empresa high-profile do que anunciar durante um evento esportivo high-profile? Prepare-se para ver o Google veiculando um comercial que prega suas virtudes em um futuro Super Bowl. “Seria a primeira incursão do Google na verdadeira propaganda”, afirma Rand Fishkin, presidente e CEO da SEOmoz, empresa de otimização de ferramenta de busca. “Eles observaram o que a Microsoft fez [em anúncios na TV]. Poderá causar impacto.”

Um anúncio mostrando que o Google torna o mundo um lugar melhor pode ajudar sua imagem, sugere Enderle. “Eles estão atingindo uma escala como fez a Microsoft há uma década, quando as pessoas estavam muito focadas em seus motivos e em seu poder”, explica Enderle. “É aí que você precisa de uma campanha de marca abrangente para deixar as pessoas mais à vontade em relação a quem você é e para onde você vai.”

4. Google compra agência de propaganda
Uma campanha de publicidade do Google poderá dar lugar a uma das melhores agências de publicidade do mundo. Muita gente adoraria ter a equipe de propaganda da Budweiser, por exemplo, acredita Enderle. “Com todo o dinheiro que o Google tem, provavelmente poderá fazer isso. O Google está se posicionando como uma superagência. Eu não ficaria surpreso se adquirisse uma agência de publicidade.”

5. Aplicações Google finalmente decolam
O Google teve pouco êxito em fazer os usuários adotarem outros serviços que não sua oferta core de busca. Menos de 5% dos usuários do Google utilizam a home page para qualquer outra coisa além da busca, diz Peter Hershberg, managing partner da Reprise Media, empresa de marketing de ferramentas de busca. Mas este cenário vai mudar em 2008, quando o Google lançar o Gphone. “O verdadeiro argumento por trás do lançamento de Gphones móveis talvez seja a conveniência”, observa Hershberg. “O Gphone, sem dúvida, terá integração  fora da caixa com cada aplicação Google existente. O valor de ter toda esta informação sob o guarda-chuva Google no seu bolso a qualquer hora pode ser a razão para as pessoas finalmente começarem a adotar estas aplicações.”. O usuário poderá sentar-se no consultório e ter acesso à sua ficha médica, por exemplo. Pagar a conta em uma loja pelo telefone ao invés de ter que levar cartões de crédito. Com a tecnologia Bluetooth, o usuário poderá enviar apresentações e documentos do seu telefone para o computador desktop sem ter que transportar arquivos. Ele também poderá carregar imagens móveis para o Picasa, software de fotos do Google, e blogar diretamente a partir do telefone. “Todos estes serviços serão integrados”, explica Hershberg. A aquisição da agência de publicidade online DoubleClick por 3,1 bilhões de dólares estenderá ainda mais a estratégia de aplicações do Google. “Quando a compra da DoubleClick for concluída, o Google contará com uma camada sobre to o resto, onde terá informação demográfica, o endereço IP do usuário e o nível de especificidade em que a publicidade de nicho se torna muito mais sofisticada”, diz Hershberg.

6. Google oferece análises locais
Cerca de 63% dos usuários de internet nos Estados Unidos fizeram buscas locais online em julho de 2006, contra 43% um ano antes, de acordo com um estudo da comScore. Diante do crescimento da popularidade do conteúdo local, Fishkin prevê que o Google entrará no segmento de análises locais. “O Google é um dos mais fracos quando se trata de conteúdo em torno de análises de usuários e busca locais”, diz Fishkin. Dada a popularidade dos serviços locais do Yahoo, Yelp e Citysearch, a empresa deverá investir em – ou fazer parceria com -- um fornecedor de análise local ou um grande portal de viagens. “Junto com as buscas, o Google vai querer prover dados mais completos aos seus usuários.”

7. Google faz nova investida em rede social
O Google empacou nos Estados Unidos com a rede social Orkut, embora ela seja amplamente popular no Brasil e na Índia. Em 2008, deverá fazer uma investida mais ousada neste importante mercado. ”No momento, eles não têm uma presença forte e sabem que este é o Santo Graal”, diz Winfield. “Um site como o Facebook controla uma parcela muito grande das atividades dos usuários, exatamente o que o Google quer fazer. Por isso, é muito importante ter uma presença aí.”. Em outubro, a Microsoft anunciou que pagaria 240 milhões de dólares por 1,6% de participação no Facebook, startup em rede social, depois de uma disputa em alto estilo com Google e Yahoo. O investimento elevou o valor de mercado do Facebook para 15 bilhões de dólares e posicionou a Microsoft como a maior concorrente do Google no segmento de publicidade relacionada a busca. Depois de perder para a Microsoft, o Google terá que dar passos importantes neste campo, observa Winfield. Ele antevê a empresa muito empenhada em adquirir outra rede social ou desenvolver a sua própria.
O Google tem um grandioso projeto interno de criar uma camada social em todas as suas aplicações. De acordo com o blog de Erick Schonfeld, co-editor de TechCrunch.com, o Google planeja usar o mecanismo de feed que move o Google Reader (conhecido internamente como Reactor) para criar “fluxos de atividade” para outras aplicações, como os feeds de notícias e os mini-feeds do Facebook. Com o Facebook valendo 15 bilhões de dólares e o MySpace pertencendo à grande rival News Corp., o Google terá que mirar redes sociais menores ou estrangeiras se quiser fazer uma aquisição”, afirma Winfield.

8. Prepare-se para o sistema operacional Google
”Não ficaria surpreso se em 2008 o Google anunciasse o início do teste beta de um sistema operacional baseado em Linux, um sistema open source ou algo do gênero”, conclui Fishkin.

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